domingo, 14 de novembro de 2010

Barcelona

Barcelona. Depois de ver a Sagrada Família, ter perambulado pelo - no mínimo - peculiar centro histórico da cidade e, principalmente, de ter curtido uma bela caminhada até o Estádio Olímpico, sinto uma elevação de consciência para com o meu entorno - um tipo de oxigenação da alma que só sinto depois de uma viagem em que parto para casa de cabeça feita.
Já tinha ido pra Barcelona quando eu tinha uns 13 anos, e a volta à essa maravilhosa cidade foi recheada de flashbacks. Coisas que eu vi quando era muito mais novo com a minha família tive a oportunidade de reencontrar, por acaso, logo antes de ir embora. Inclusive tenho posto a prova a minha real vontade de continuar trilhando o Direito, mas acho que esse tipo de dúvida é das mais normais quando se faz uma viagem fora de sério pela Europa ou aonde for. O que importa é curtir, ler e escrever. A viagem foi absurdamente reflexiva, me diverti pra caralho - meus três amigos que me acompanharam são realmente bons companheiros de viagem, tudo foi muito layback, easy going.

Essa perspectiva de viajar aos 13 com a família e aos 20 com amigos estrangeiros foi legal. É impressionante como tanta coisa muda em tão pouco tempo. Sim, eu sei que isso é um clichê - e pouco me importa, tenho utilizado de tão bons e velhos clichês a minha volta que até comecei a gostar deles. É bom dizer do fundo do coração: 'estou amando como nunca amei'. Por mais batido que seja, se eu sinto isso, eu bato no peito. Foda-se.

Cinco dias antes de zarpar louco para a Espanha, tinha feito Bruxelas, Bruges e Amsterdã e - entre atrações como Van Gogh, Dalí, Gauguin e Maeneken Piss -, consegui, além de tomar cerveja trapista como um bezerro, fazer um tour cultural bastante razoável. Quem diria que uma cidadezinha de merda como Bruges (localizada mais precisamente no norte de Flandres, Bélgica - que inclusive possui surfshops com wetsuits grossíssimas para se fazer um surf no Mar do Norte) possuí uma coleção permanente de Salvador Dalí, com muitas obras exclusivas, inclusive esculturas? Aliar uma boa diversão com algo que me faça refletir me deixou com uma sensação de dever cumprido, uma simbiose de curtição com reflexão. Daquele jeito. E não posso esquecer de jeito nenhum as três cervejarias que visitamos, uma em cada cidade! Na ordem de satisfação de admiração, aqui vai: Cantillon (última cervejaria da verdadeira Lambic Beer, de Bruxelas, maturada por até três anos), Brugse Zot (última cervejaria do centro medieval de Bruges, altamente premiada) e, como não poderia faltar, mas muito inferior às artesanais, mas ainda com seus méritos, a fábrica da Heineken, em plena Amsterdã.

Por mais que eu queira continuar com as reflexões pós viagem, vou retomar a Saga Europa amanhã, as 'fáceis' conjugações de verbos em francês me chamam. Tchau!

Luis Rosenfield

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