segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

Carcavelos

Dia 3 -  Com a roupa de borracha e a prancha em mãos, acordei cedo para comer um café da manhã do albergue e depois pegar um trem suburbano pra Carcavelos. A previsão não era das melhores, mas era essa hora que eu tanto esperava e fui ver um dos melhores picos de Portugal, ainda que com pouca ondulação, me reservava. 

A session de surf se desenrolou bem mais tranquila do que eu esperava. Apesar de ter passado cinco meses sem muito contato com o oceano, me senti bem na água e acabei por ficar por três horas surfando. As ondas não eram muito grandes mas possuíam muito mais qualidade que no dia anterior. Como era uma sexta-feira, os cafés e restaurantes estavam cheios e as pessoas caminhavam pela orla e o mar estava povoado. Apesar de haver umas trinta pessoas na água, havia ondas para todos e o clima na água era de respeito e de educação.

Quando saí do mar, nem mesmo precisei me vestir para me esquentar, apenas continuei com minha roupa de borracha pela cintura e me sentei para curtir o sol. Como tinha comprado alguns bolinhos de bacalhau e de nata em Lisboa, para não ter que gastar com nenhum restaurante caro de beira de praia depois do surf, comi tudo que tinha e fiquei mais de duas horas ouvindo música, vendo o tempo passar calmamente. No final da tarde ainda havia algumas ondas interessantes, com alguns bodyboarders mandando bem no line-up, mas decidi ficar relaxando até umas cinco horas da tarde. 

Voltei para o albergue depois disso, um pouco cansado mas bastante motivado e agitado pelo primeiro dia de surf, com direito até a algumas manobras fora de forma. Depois que me cobraram 4 euros numa cerveja no jantar do dia anterior, na Rua Augusta (que mais parece uma mistura de Rua dos Andradas com cadeiras e mesas no meio), fui reto comer no Kebab Istambul - onde a cerveja era 50 centavos na compra de um kebab. Depois de quase quarenta dias no Leste Europeu, e o meu dinheiro praticamente esgotado, comecei a entrar no modo econômico: surf, eat, sleep. Nesse dia, comecei a escrever sobre a viagem e a me disciplinar para postar no blog diariamente: afinal, essa é uma coisa no mundo que ainda é de graça.

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